- Qual o seu problema? Não mudou nada!
E isso iria perdurar, talvez por mais alguns séculos. A pergunta, a tal pergunta era o que me consumia por dentro. Dane-se viver em favor de outros! Eu sou imutável! Eu não consigo por mais que tenha tentado, não mudo! Não quero pisoteá-los, mas eles bem que merecem.
Sacudi minhas asas e o Vento o balançou para longe de mim numa chance de livrar-me das enxurradas de palavras, que repetidas vezes me dizem a mesma coisa. Meus Irmãos não sabem, mesmo aquele que do alto tudo consegue visualizar. Não sabem pelo que lutei e que ganhei no final, mas o troféu pareceu pesado de mais para meus pobres ombros. E agora não o resisto... Quantas vezes minhas mãos avançaram em seu pescoço e quantas vezes ele a retirou suavemente? Por que sou esse ser imutável, teimoso e nervoso que não faz bem a ninguém?
Tem coisas que esses humanos fazem que dá mesmo vontade de trucidar!
Quando eu novamente abrir minha asas não sei se fará bem... Não sei se ainda posso suportar toneladas. Mesmo leve como o Vento, meu corpo pede ajuda... E minha mente... Eu quero desistir, eu não tenho esperanças...
Seres teimosos! Nós lutamos em vão?
Eu não sei o que fazer... Meus queridos Irmãos, eu não tenho fôlego...
2 comentários:
Com um toque delicado, hei de tocar tuas asas, deixar meus dedos desenharem cada uma de tuas penas e fechar minhas asas aso teu redor e com um sussurro quase inaudível, saberás que as minhas palavras parecerão as mesma ao perceber o quão cansado se encontra dessas batalhas e o quão confuso estás por tudo o que ocorre.
"A natureza humana pode parecer imprevisível, Misael. Muitas vezes o fardo parecerá pesado demais. Mas às vezes é necessário que abra tuas asas, que mostre tuas feridas e que alivie tua alma em lágrimas. Não te sintas culpado ao ver-te sem fôlego, ao pensar em desistências ou a não ter mais esperanças. Não há nada de errado ou vergonhoso nisso."
Então sentirás, este abraço velado e poderás notar minhas asas tomando para si o peso que suportas em tuas asas.
Em teu fardo.
Meu irmão, que há tanto tentou adentrar nas profudezas de minha corroída alma. Estás a descobrir que o fardo que nos é imposto é muito maior do que poderiamos suportar exatamente para medir o tempo que levará para a nossa desistência. Não adiantas fechar-se em suas asas para proteger-se. Vai haver um momento que precisará abri0la em total envergadura para mostrar a todos que estás vivo.
É o peso de ser quem és...
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