Não os abandonei! Porém estou mais silencioso que de costume...
Tenho continuado observando cada passo e trejeito de meus protegidos, um tanto mais distante que o habitual, mas sempre prometendo dedicar-me a guardá-los.
Não me recordo de ter ficado tão contente quanto no dia em que a vi tomar suas próprias medidas e decisões... Estava radiante! Ainda metida no meio de muitos problemas, mas aquele era o início do fim de tantos outros. Lembro-me de meu coração impaciente querendo resgatá-la, descrevendo passos seguintes a tomar caso o fato demorasse muito mais a se resolver. Eu teria que enfrentar por ela e não me faria mal algum! O que me fazia recuar era a certeza de que tomaria para mim conhecimento inútil, tornando seu amadurecimento precário e tardio... Não o fiz, embora desejasse, no mais íntimo, terminar com tudo de uma vez. Erguer a lança e bradar a vitória!
Sentou-se ao meu lado. Eu estava agachado, empoleirado com o rosto virado em sua direção, sem sequer ser notado. Minhas mãos estavam unidas diante de meus joelhos e minhas asas retidas em minhas costas reluzindo fracamente o luar. O ambiente estava calmo, mas não em sua mente... Ela parecia estar coberta por dúvidas e demoraria certo tempo para que não houvesse mais nenhuma linha de preocupação em sua face. Apenas esperei pacientemente o momento certo para que conseguisse ouvir algo sair de entre seus lábios...
- Você está aí, não está? – ela balançava os pezinhos irrequietos pendurados além do parapeito da janela de seu quarto. Eu sorria de sua inocência, pois ela se referia a um ser imaginário que gostava de chamar de Tuuli.
- Eu sei que está. Calado, mas posso sentí-lo... – esticou a mão e traspassou sem querer o espectro invisível de meu rosto. Cerrei por completo os olhos e deixei que me tocasse e se sentisse acompanhada, segura...
Sorri para ela enquanto a mesma iniciava uma canção baixinha, com voz quase que forçada, porém com todo encanto que tinha direito...
Não demorou nada até que entrasse de volta e fechasse a janela ao comando de uma voz impetuosa que saia de dentro da casa. Quase tive um sobressalto, mas me deixei levar pelo resto de canção que foi carregada pelo vento.
Continuei lá, como se a voz fervorosa tivesse servido para mim. Lancei um olhar rente a enorme lua e seu tracejado prata, desejando-lhe boa sorte.
Sorria apaziguado: eu não os abandonei. Por mais uma noite eu iria permanecer em paz. Leve, imaculado e livre...
Tenho continuado observando cada passo e trejeito de meus protegidos, um tanto mais distante que o habitual, mas sempre prometendo dedicar-me a guardá-los.
Não me recordo de ter ficado tão contente quanto no dia em que a vi tomar suas próprias medidas e decisões... Estava radiante! Ainda metida no meio de muitos problemas, mas aquele era o início do fim de tantos outros. Lembro-me de meu coração impaciente querendo resgatá-la, descrevendo passos seguintes a tomar caso o fato demorasse muito mais a se resolver. Eu teria que enfrentar por ela e não me faria mal algum! O que me fazia recuar era a certeza de que tomaria para mim conhecimento inútil, tornando seu amadurecimento precário e tardio... Não o fiz, embora desejasse, no mais íntimo, terminar com tudo de uma vez. Erguer a lança e bradar a vitória!
Sentou-se ao meu lado. Eu estava agachado, empoleirado com o rosto virado em sua direção, sem sequer ser notado. Minhas mãos estavam unidas diante de meus joelhos e minhas asas retidas em minhas costas reluzindo fracamente o luar. O ambiente estava calmo, mas não em sua mente... Ela parecia estar coberta por dúvidas e demoraria certo tempo para que não houvesse mais nenhuma linha de preocupação em sua face. Apenas esperei pacientemente o momento certo para que conseguisse ouvir algo sair de entre seus lábios...
- Você está aí, não está? – ela balançava os pezinhos irrequietos pendurados além do parapeito da janela de seu quarto. Eu sorria de sua inocência, pois ela se referia a um ser imaginário que gostava de chamar de Tuuli.
- Eu sei que está. Calado, mas posso sentí-lo... – esticou a mão e traspassou sem querer o espectro invisível de meu rosto. Cerrei por completo os olhos e deixei que me tocasse e se sentisse acompanhada, segura...
Sorri para ela enquanto a mesma iniciava uma canção baixinha, com voz quase que forçada, porém com todo encanto que tinha direito...
Não demorou nada até que entrasse de volta e fechasse a janela ao comando de uma voz impetuosa que saia de dentro da casa. Quase tive um sobressalto, mas me deixei levar pelo resto de canção que foi carregada pelo vento.
Continuei lá, como se a voz fervorosa tivesse servido para mim. Lancei um olhar rente a enorme lua e seu tracejado prata, desejando-lhe boa sorte.
Sorria apaziguado: eu não os abandonei. Por mais uma noite eu iria permanecer em paz. Leve, imaculado e livre...