Minha confiança se esvai como areia fina por entre os dedos. Eu que há tanto tempo atrás cria veemente que esses seriam meus melhores momentos, que eu não acharia nenhuma bifurcação de caminhos, que escolheria sempre planar de nuvem para nuvem simplesmente. Mas à medida que ferem minhas asas e meu coração é perfurado sem dó, não há escolha entre caminhar ou sentir a brisa friorenta na face quando alçava vôo. Eu via qual o melhor caminho, eu conseguia enxergar e escolher, e acima de tudo me sentia livre sorrindo em conclusão. Desta vez em meio à discórdia, gritos e sussurros ferinos, que serviriam tão somente para esmigalhar meu coração, houve paz em instantes... Um alívio, uma sensação de liberdade que almejei tanto sentir... Desta vez eu ergui meus punhos em vitória, pois tive certeza de que perdi a dependência, que meus grilhões caíram no momento em que abri os braços para abraçar o Vento tão delicioso... Meus irmãos entenderão o que se passa com apenas um olhar. Aqueles que me encobriram com suas asas entenderão... Que não há como me prenderem, que não se retira a liberdade nem que se tente.
23 de jan. de 2009
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